02/03/2017

Função Executiva | Aprendizagem | Comportamento | MONTESSORI


"As crianças determinam as suas ações com base nas leis da natureza, os adultos calcados na reflexão. Para a criança cultivar este poder é necessário que não tenha sempre por perto alguém que lhe diga o que deve fazer em cada instante da sua vida, porque esta determinação provém da possibilidade de ação das forças internas. Se alguém usurpa o trabalho do guia interior, a criança não pode desenvolver nem a determinação nem a concentração." Maria Montessori, Mente Absorvente
O que é a Função Executiva
Foi a pergunta que fiz, quando li o título do capítulo sobre este tema, no livro Montessori, The Science Behind The Genius. Daí iniciei uma pesquisa mais cuidada. Conforme fui lendo sobre o assunto, ficava ainda mais confiante sobre a potencialidade deste método. 

Pensamos, quase sempre, que o conhecimento é a garantia ou a resposta para o sucesso.  Já escrevi sobre isso no texto As pequenas coisas que nos ligam. Qual será o conhecimento necessário, daqui a dez anos, para ser bem sucedido? Alguém saberá a resposta? Então, é o conhecimento que nos vai garantir o caminho do sucesso? Nesse texto, referi que, as crianças mais do que conhecimento e informação, vão necessitar de pensamento criativo, de envolvimento e de vontade.
Pois, será que entra aqui a Função Executiva?

A Função Executiva, contempla várias habilidades cognitivas:
  • controle inibitório (controle de um pensamento ou comportamento)
  • memória de trabalho
  • flexibilidade mental 
  • concentração
Portanto, o termo função executiva,  compreende um conjunto de habilidades cognitivas que  são necessárias para realizar determinados objetivos, por meio de ações, decisões e comportamentos adequados.

Em Montessori, através do ambiente preparado para responder às necessidades das crianças, nos seus diferentes estádios de desenvolvimento, a auto-regulação surge de forma extraordinária. O auto-controle da criança vem de dentro dela. Não é imposto pelo adulto, por ordens externas ou por demais regras.

O auto-controle e a auto-regulação da criança, moderam o seu comportamento. Este equilíbrio  no comportamento liberta a criança, favorecendo a sua função executiva. 

Acho que os dois vídeos que partilho a seguir, ajudam a compreender melhor o conceito de Função Executiva. 






O processo de descoberta é o coração da aprendizagem. E a alegria que provém da aprendizagem significativa é incrivelmente bela. Como aprende o cérebro? Como acontecem as neuroconexões? Não é por memorização de conteúdos, mas sim em contextualização. Não há mistério nisto. 

Compreendemos assim que a Função Executiva tem muita importância na vida criança.
Quanto melhor é a função executiva da criança melhor é o seu desempenho. Lógico. 

Como podemos potenciar a Função Executiva das crianças? 
Criando um ambiente preparado, com adultos que as escutam. 

Um sistema de pressa e de pressão, de castigos e de recompensas, prejudica o desenvolvimento saudável da criança. E assim, toda a sua capacidade de concentração, de controlo inibitório, de memória de trabalho e de flexibilidade mental ficam longe do seu potencial.

"A criança faz as suas aquisições durante os períodos sensíveis, os quais se podem comparar a faróis acessos, iluminando interiormente, ou a um estado elétrico que dá lugar a fenómenos ativos. Esta sensibilidade é que permite à criança pôr-se em contato com o ambiente, de forma intensa. E então tudo é fácil, tudo é entusiasmo, vitalidade. Todo o esforço representa acréscimo de poder." Maria Montessori, A Criança

A Função Executiva é um conceito algo complexo, tal como cada cérebro! Mas, talvez, estudando mais este assunto, conseguíssemos ajudar mais as crianças, ou melhor, os adultos. Podíamos compreender melhor o ritmo de cada criança, respeitando as suas necessidades e os seus interesses. Talvez assim, todas as crianças desenvolvessem o amor por aprender.





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