17/11/2016

Metamorfose da Borboleta - Explicada às crianças


Será que a borboleta lembra que já foi lagarta?
Será que a lagarta sabe que um dia vai voar?

Vê o vídeo e canta a música:


Metamorfose significa mudança.  É a transformação de um ser em outro.

Como explicar esse fenómeno às crianças? Montessori ajuda-nos! ;) 

Podes ler como funcionam os cartões de 3 partes para aprendizagem de vocabulário, nos textos Ciclo de Vida do Sapo e Cartões Nomenclatura Montessori.

Fizemos juntas os cartões, cortamos, plastificamos... a miúda gosta de participar no processo de criação. Depois de prontos, ela própria pegou nos cartões e no conjunto de peças do ciclo da borboleta e preparou o tabuleiro... Como faz sentido montessori nas nossas vidas!

Expliquei-lhe a metamorfose da borboleta. Como uma lagarta se transforma em borboleta? É magia, diz ela!






Os objetos, os livros e os vídeos consolidam a aprendizagem. Hoje, aprender é fabuloso! Temos muitos recursos. Porque não incluir as novas tecnologias na aprendizagem?
Exploramos ainda estes vídeos no youtube:

Metamorfose de uma borboleta


Como nascem as borboletas


Monarch Butterfly Metamorphosis time-lapse 


Metamorfose da Borboleta - animação


Palavra Cantada - A lagarta e a borboleta

Depois desta aprendizagem, sorte mesmo, era encontrar um casulo verdadeiro e poder observar de perto a metamorfose.
A magia da natureza e da vida!

Celebrar a Vida | 4 anos


Dia de Aniversário. Celebramos a vida. 
Gostamos de celebrações simples, momentos tranquilos.

Em Montessori, o ritual de celebração da vida é muito especial. É um momento de auto-conhecimento, facilitado através de uma abordagem cósmica. É explicada à criança a relação da Terra com o Sol, do seu movimento em torno do Sol.  A criança vai compreendendo que a cada aniversário, a Terra deu mais uma volta completa à volta do Sol e que passou mais um ano. 
Ano após ano, conta-se a história de vida da criança, desde o seu nascimento até ao dia da celebração de mais um aniversário. Contam-se pormenores sobre o seu crescimento, mostram-se fotos e podem-se também partilhar objetos que tenham algum significado especial. Com este espaço de reflexão, a criança vai tomando consciência da sua evolução e do seu lugar na Terra.


Let us give the child a vision of the whole universe… If the idea of the universe be presented to the child in the right way, it will do more for him than just arouse his interest, for it will create in him admiration and wonder… The knowledge he then acquires is then organized and systematic; his intelligence becomes whole and complete because of the vision of the whole that has been presented to him… No matter what we touch, an atom, or a cell, we cannot explain it without knowledge of the wide universe. To Educate the Human Potential, Montessori

A comemoração do aniversário desta forma especial,  é uma  pequena introdução à educação cósmica e ao ensinamento sobre a ligação da criança com o Universo.
A criança segura na sua mão um globo, que representa a Terra e que dá a volta  ao Sol, representado por uma vela amarela. Esta celebração simbólica vai acrescentando informação na linha de vida da criança e esta vai assimilando as relações de interdependência.
É um momento lindo e a cada ano que passa, torna-se mais intenso.  

Começamos por preparar o Sol. Na cartolina amarela desenhamos e cortamos um círculo. Cortamos também pequenas tiras que representam os raios solares e onde escrevemos os meses dos anos.
No meio do círculo colocamos a vela, a simbolizar a luz do Sol. Em volta estão os raios solares, a representar os doze meses do ano. 
Junto do mês de aniversário, coloca-se o data de nascimento. 




Acendemos a vela e depois a criança,  por cada ano,  dá uma volta ao Sol, com a globo na mão. Explicamos de forma serena o  movimento.  Narramos a sua história de vida e apreciamos... Desfrutamos do momento com calma e com presença.

O conteúdo e a forma como narramos a sua história de vida, fica ao critério de cada família. Mais ou menos elaborada, mais ou menos engraçada, o importante é a criança e a família absorverem a intensidade do momento. A vida é um milagre.

É importante referirem de início o número de voltas que a criança vai dar e convém dar ênfase ao pormenor da passagem do ano, quando completaram uma volta. Desta forma a criança compreende melhor a razão do percurso em volta do Sol:  " ...vai dar quatro voltas ao Sol, porque faz quatro anos! Nasceste pequenina, pequenina ... e depois de uma volta ao Sol completaste um ano de vida... e já comias a sopa toda... já corriamos atrás de ti..., olha que foto mais linda, quando estavas a brincar na água... depois a terra deu mais uma volta ao sol e fizeste dois anos...." (e assim por diante)

Ao dar a volta ao Sol, podemos "cantarolar" algo como: A Terra deu a volta ao Sol... A Terra deu a volta ao Sol... 

Gosto muito desta celebração. Permite que a criança compreenda, de uma forma mais sensível e concreta, o movimento da Terra e os meses do ano. E acima de tudo é uma forma especial de conseguir estabelecer conexões entre a sua existência e a sua presença na Terra.



Aproveitamos sempre os livros para consolidar os nossos diálogos. Os livros ajudam-nos a reforçar a mensagem e a promover a curiosidade.

Ao longo desta jornada de comemoração da vida, fizemos um círculo de aniversário em argila. Inspirámo-nos no círculo de aniversário waldorf. Esse círculo é em madeira e dispõe de  furos onde são encaixadas o número de velas correspondente ao aniversário da criança. As pessoas juntam-se em volta do círculo à conversa. Se a criança quiser também se colocam objetos significativos.
Como não temos o círculo em madeira, a miúda fez em argila. Mostrei-lhe uma imagem do original e deu largas ao seu trabalho.







O número de velas é superior ao número de anos! Mas não faz mal... a miúda estava tão entusiasmada com o trabalho da argila e de colocar as velas! Tão bonito.


Também fizemos uma coroa de feltro, inspirada  nas especiais tradições waldorf. Na pedagogia waldorf, o pormenor faz toda a diferença. As coroas de aniversário de feltro trabalhado são uma preciosidade. 
A coroa de feltro que construímos é muito simples. Como se vê na foto utilizamos apenas feltro e pompons.   



Não  poderia faltar o bolo! Mãos na massa e fizemos um bolo de chocolate delicioso. Este bolo é muito prático,  não leva ovos e por isso não é necessário usar batedeira (yes!)





Enquanto o bolo está no forno, apreveitamos o tempo para uma outra atividade. Tabuleiro preparado para trabalhar o número correspondente ao aniversário, o quatro.




Depois de um dia tão intenso, merecemos uma boa fatia de bolo!



Celebrar a vida é isto. É estar presente e criar memórias.

11/11/2016

Celebrar o S. Martinho


Conta a história  que, no ano de 337, próximo da cidade de Samarobriva/Ambiano (atual Amiens, capital da da região de Picardia em França), ocorreu o famoso episódio do manto: Numa noite chuvosa de Novembro, um mendigo que tremia de frio pediu uma esmola a Martinho. Como não tinha moedas, Martinho cortou o seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte...

Não é pela história ou por questões religiosas que valorizo este dia. Gosto de celebrar o S. Martinho, pelo convívio que se gera em volta da fogueira e das castanhas. Mas, para além deste encontro, há um outro momento que acho muito lindo e que quero partilhar convosco. Não é uma tradição portuguesa e por isso esta partilha leva-me à minha infância e ao desejo de transmitir esta celebração à minha filha.

A celebração simbólica de S. Martinho com a  Caminhada da Lanterna, com a Canção da Lanterna e com a História da Menina da Lanterna, é uma lição de amor e de empatia (vivida com muito carinho nas escolas e comunidades Waldorf). 
Muitas vezes questionamos como educar uma criança para ser, como transmitir os valores que achamos importantes. Então, podemos usar estas histórias e estes momentos para isso mesmo. Talvez as lanternas possam simbolizar a alma das crianças. Nesta altura do ano o dia vai diminuindo e a luz da lanterna pode ser pequena, mas toda a luz transmite serenidade na escuridão. A chama da luz, colocada na lanterna, segue segura pelo mundo escuro.

São momentos especiais que criam conexão, que criam memórias. Preparamo-nos ao longo dos dias para este ritual. Vamos aceitando o recolhimento, sem nunca perder a força da luz interior. A luz e a escuridão são símbolos constantes na nossa caminhada de vida. As crianças precisam desse conhecimento. Precisam de ter esperança na luz. Na luz da Humanidade. 

Eu vou com a minha lanterna,
Lanterna comigo vai,
No céu brilham as estrelas
Na terra brilhamos nós.
A luz se apagou,
P´ra casa eu vou,
Com a minha lanterna na mão


A Menina da Lanterna
Era uma vez uma menina que carregava alegremente a sua lanterna pelas ruas. De repente chegou o vento e apagou a lanterna da menina.
Ah! Exclamou a menina. – Quem poderá reacender a minha lanterna? Olhou para todos os lados, mas não encontrou ninguém. Apareceu, então, uma animal muito estranho, com espinhos nas costas, de olhos vivos, que corria e se escondia muito ligeiro pelas pedras. Era um ouriço.
Querido ouriço! O vento apagou a minha luz. Será que sabes quem poderia acender a minha lanterna? E o ouriço disse-lhe que não sabia, que perguntasse a outro, pois precisava de ir para casa cuidar dos filhos.
A menina continuou a sua caminhada....



A Caminhada da Lanterna

Vou acender a minha lanterna
P'ra iluminar a escuridão
Vou caminhar aqui na Terra
E vou cantando essa canção
Vou convidar cada criança
A cantar com a voz e o coração
P'ra ter de volta a esperança
E acender a luz do coração


Podemos fazer uma lanterna de vidro, aproveitando para reciclar os frascos que vamos acumulando. Qualquer frasco serve, coloca-se arame em volta para segurar  e no interior uma pequena vela. Segura-se com a mão ou com outro arame ou mesmo com um pau.
Se quisermos fazer alguma outra atividade manual com as crianças, podemos construir uma lanterna de papel. Deixo aqui um link para um vídeo, que na parte final apresenta um tutorial simples para fazer uma lanterna de papel. Depois é só usarem a imaginação. 

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