10/05/2016

Montessori e uma infância minimalista


Já li e reli o livro The Secret of Childhood e de cada vez que o leio fico sempre impressionada com o seu conteúdo. Fico também, com a certeza que, o método montessori ajuda a construir uma infância mais minimalista. 

No capítulo sobre a construção psíquica da criança e os seus períodos sensíveis, Maria Montessori dá um exemplo muito simples sobre este processo de construção. Ao contrário do que possa parecer, dada a tipologia e os materiais utilizados, seguir o método em família é caminhar no sentido da simplicidade e do minimalismo. Ora vejamos:

"A ideia de que a criança necessita ver algo foi o que levou a mostrar-lhe objetos para a distrair daquelas condições erróneas que a isolam do ambiente."
"(...) terão atado à cama da criança uma bola suspensa por um fio, a oscilar, ou outro qualquer objeto que se baloice diante dos olhos, para distrair a criança."
" Esta, ávida de colher imagens do ambiente, segue aquela bola ou objetos que lhe oscilam diante dos olhos, e vê-se obrigada a segui-los com a vista, por não poder mover ainda a cabeça, retorcendo-se num esforço antinatural. E este esforço deformante é devido à posição grosseira e artificial em que está, tanto no que diz respeito à forma, como ao movimento."

Esforço antinatural, posição artificial, obrigada a seguir com a vista - é o que acontece quando colocamos aqueles móbiles nos berços, todos dinâmicos, cheios de luz e de sons. Apetrechamos o quarto do bebé com todos os equipamentos que achamos estimulantes. Tudo isso é totalmente dispensável e desnecessário.

"... melhor seria colocá-la num jardim, onde lograsse seguir um panorama constituído pelas suaves ondulações das hastes em flor, por flores brilhantes colocadas à sua volta e pelos passarinhos saltando e correndo."

O ambiente montessoriano não tem o espaço cheio de elementos que distraem a criança da sua essência.  Não são necessários esses elementos. Assim como, não é necessário encher os carrinhos de bebé de bonequinhos pendurados, que os impedem de ver as nuvens e as cores do céu.

" A criança deveria receber as suas primeiras impressões sensitivas do ambiente, do céu, assim como da terra, mas, precisamente, não se lhe concede ver o céu. Na realidade, contempla o tecto da casa, que, quando muito, será liso e branco. Contudo, é com a vista que ela acolherá as primeiras impressões com que há-de alimentar o seu espírito faminto."

Maria Montessori, refere neste capítulo, que a criança está exposta a encontros obstrutores, a lutas pela existência psíquica com consequências na sua construção como pessoa. A sua vida psíquica deve ser observada e os seus sentidos respeitados, pois é com eles que as crianças vão agarrando e acumulando impressões do mundo real. Uma vida está a desenvolver-se ao absorver o seu ambiente externo.Se esse ambiente externo for natural, olha a riqueza que essa criança absorve!
Basta ter a possibilidade de contemplar a natureza, para os sentidos da criança se expandirem.



Não são necessários brinquedos e mais brinquedos. Não precisamos de encher a nossa casa com objetos, brinquedos, aparelhos eletrónicos, que prometem tornar os nossos filhos mais inteligentes.
Poucos brinquedos, simples, feitos de materiais sensíveis e naturais, colocados por ordem, facilitam a vida das crianças e das famílias.
É possível viver a infância das nossas crianças de forma mais simples e minimalista.
O mundo real é o verdadeiro estimulo para as crianças e para um desenvolvimento equilibrado.

09/05/2016

E se pudesses desenhar, voando?



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05/05/2016

As aventuras de uma caixa de cartão

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